SERRA DO CURRAL D’EL REY EM MINAS GERAIS

CONCORRÊNCIAS ENTRE MINERAÇÃO E INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS NA CIDADE DE BELO HORIZONTE E NO MUNICÍPIO DE NOVA LIMA/MG

Resumo

Este trabalho traz à baila a discussão sobre a Serra do Curral d’el Rey, vista como cenário de competições entre mineradoras e investidores imobiliários e de construções de “novos” fragmentos espaciais urbanos (seções de um todo), preparados e destinados às elites econômicas localizadas em Minas Gerais. Por meio deste estudo, objetivamos identificar e entender os processos e os efeitos das construções em fragmentos espaciais, ou novas paisagens definidas pela associação sistêmica entre objetos (técnicos) e ações humanas. Do ponto de vista dos poderes públicos e das empresas privadas, os fragmentos espaciais em formações (produtivo e urbano) têm por meta principal a dinamização das economias de dois municípios: Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais e centro da Região Metropolitana - RMBH, e seu município vizinho, Nova Lima - MG. Abordamos a coexistência de processos de legitimação de dois padrões distintos de acumulação capitalista (vinculados à mineração e aos investimentos imobiliários) com seus respectivos desdobramentos em Belo Horizonte e Nova Lima. Dentre os processos localmente vigentes esta o de acumulação espoliativa, adotado estrategicamente pelas empresas na área estudada. Os processos de estudados abrangeram o período da segunda metade do século XX até as primeiras décadas do século XXI. As atividades mineradoras e imobiliárias vêm sendo acolhidas por uma parte da sociedade e renegadas por outra. Uma parcela da sociedade se volta para a proteção ambiental e a outra, para a aquisição de propriedades na Serra, com o apoio do poder público e de instituições financeiras. Os políticos, os agentes da administração pública e privada, se tornaram interessados tanto na ampliação das Compensações Financeiras pela Exploração Mineral - CFEM —geradas pelas exportações praticamente in natura, realizadas pelas empresas mineradoras — quanto no aumento dos impostos urbanos arrecadados. Ademais abordamos a Serra do Curral d’el Rey como objeto ainda pouco expressivo de manifestações de grupos religiosos ou similares.